Um dos primeiros arranha-céus da história da humanidade é uma torre construída na Idade da Pedra Polida (9000 a.C. a 4500 a.C.), descoberta em 1952, em Jericó, na Palestina. Até janeiro deste ano era praticamente unanimidade no mundo arqueológico que aquela construção de 8,5 metros teria sido erguida para servir ao povo de proteção contra invasões e espaço de observação de astros e estrelas. Um artigo publicado pela dupla de pesquisadores Roy Liran e Ran Barkai, da Universidade de Tel Aviv, no mês passado, porém, acena para a possibilidade de que a edificação teria sido utilizada para prever catástrofes naturais – inundações, no caso – e abrigar os sacerdotes, na época os reis, contra elas. Essa nova luz lançada sobre a Torre de Jericó abriu uma discussão sobre a veracidade de uma passagem bíblica: a existência ou não da Torre de Babel.
É consenso entre pesquisadores que a civilização começou na Mesopotâmia, hoje Iraque, na região conhecida como Crescente Fértil. Ali, teriam sido inventadas a roda, a escrita e a agricultura. Autor da teoria da revolução neolítica (a Idade da Pedra também é conhecida como Período Neolítico), o filólogo australiano especializado em arqueologia Vere Gordon Childe (1892-1957) afirma que essas transformações ocorreram por conta de profundas mudanças climáticas na Era Glacial que obrigaram o povo a migrar, vindo do Oriente, para aquela região entre os rios Tigre e Eufrates. Jericó seria uma espécie de neta da Mesopotâmia, para onde algumas pessoas migraram, fundando um dos assentamentos urbanos mais antigos da Terra fora do Crescente Fértil. Elas teriam chegado lá trazendo na memória um trauma de seus ascendentes, a catástrofe diluviana. Leia mais...
Fonte: Revista Isto é